Por Redação Novaes
O judô, arte marcial japonesa criada por Jigoro Kano em 1882, vai muito além da luta. Considerado uma filosofia de vida, o esporte busca integrar corpo, mente e espírito, promovendo disciplina, respeito, autocontrole e cidadania. Oficialmente olímpico desde 1972, tornou-se uma das modalidades que mais trouxe medalhas ao Brasil, sendo hoje praticado por milhões de pessoas em todo o mundo, de crianças a idosos, incluindo pessoas com deficiência.
No sul da Bahia, essa tradição ganha um novo significado com o lançamento do Projeto Judô na Roça, iniciativa inédita no país que levará a prática da modalidade às comunidades rurais do cacau cabruca, entre os municípios de Una e Arataca. O objetivo é promover inclusão social, oportunidades de desenvolvimento e valorização cultural, aproximando crianças da Mata Atlântica de um esporte que dificilmente chegaria até elas.
Com apoio da Federação Baiana de Judô (FEBAJU), da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e da Prefeitura Municipal de Una, as aulas serão realizadas duas vezes por semana no Grupo Escolar da Vila Cariua. A estrutura contará com tatames, espaço adequado e lanche para os alunos ao final de cada treino.
O projeto será conduzido pelo Sensei Guiga Reis, da Academia Sol Nascente. Mestre de judô com ampla experiência e também produtor rural, ele conhece de perto a realidade das famílias agricultoras da região e aceitou o convite da Associação Mulheres do Campo de Una para liderar a iniciativa. O público-alvo inclui filhos de pequenos produtores, agricultores familiares, assentados, quilombolas, indígenas e cacauicultores.
Mais que uma atividade esportiva, o Judô na Roça pretende ser uma ferramenta de transformação. Inspirado nas palavras de Jigoro Kano “arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual”, o projeto busca fortalecer não apenas o corpo, mas também a autoestima, o espírito comunitário e a consciência ambiental das novas gerações.
