Por Mauricio Leiro
A antecipação do debate para o sucessor de Arthur Lira (PP) na presidência da Câmara dos Deputados pode ter um plano de fundo diferenciado. A ação de "cacifar" o deputado federal Elmar Nascimento (União) como eventual sucessor escoaria em uma estratégia de Lira para o pleito de 2025.
Interlocutores em Brasília da cúpula do Progressista avaliam que uma "manobra" poderia ocorrer para a disputa. A ideia seria "lançar" Elmar Nascimento como nome forte para o pleito, mas já pensando em retomar o debate sobre o terceiro mandato consecutivo. O ato seria avaliado como possível por aliados e a tese já circularia como eventual saída para Lira.
A reeleição e a movimentação através da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) teriam que ser "planejadas", mas seriam vistas também como viáveis, por conta do amplo apoio recebido por Lira na Câmara. A reeleição também "seguraria" o avançar do União Brasil como partido, já que o senador Davi Alcolumbre (União), que já foi presidente do Senado, se articula para suceder Rodrigo Pacheco (PSD), que já possui uma reeleição.
O reforço no nome de Elmar para a presidência poderia significar um "trecho" da estratégia, que seria de "desviar o foco" para o movimento de alteração da legislação. O terceiro mandato já foi uma realidade na Câmara, porém com peculiaridades diferentes, quando o ex-deputado federal Rodrigo Maia se elegeu pela primeira vez ao posto, com um "mandato-tampão" de pouco mais de seis meses, após a renúncia do então presidente Eduardo Cunha (PL-SP), que foi preso na Operação Lava-Jato.
Logo após, Maia conseguiu driblar uma regra prevista na Constituição e no Regimento Interno da Câmara que veda a reeleição dentro do mesmo mandato e se reelegeu presidente da Casa. Ele argumentou que seu caso não se encaixava nessa regra porque não havia cumprido um mandato completo de dois anos como presidente.