por Gabriel Lopes
Com duas mil pessoas convidadas, a posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, nesta terça-feira (16), chamou atenção com os encontros inusitados de adversários políticos e ex-aliados.
A começar pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que sentou ao lado de Moraes na cerimônia. O chefe do Executivo chegou a trocar algumas palavras e sorrisos antes do discurso do magistrado, dando tom diferente do que o país vem acompanhando em relação aos processos contra Bolsonaro no Supremo, além das ameaças do presidente em não cumprir decisões judiciais.
Não demorou e Alexandre de Moraes defendeu a efetividade das urnas eletrônicas, alvos de ataques constantes de Bolsonaro. O ministro também elogiou o trabalho da Justiça Eleitoral ao dizer que ela "existe para garantir que o exercício da democracia seja realizado de maneira segura". Bolsonaro decidiu não aplaudir a fala de Moraes.
Outro encontro foi entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficou praticamente "frente a frente" com Bolsonaro ao sentar na primeira fileira, além de Dilma Roussef (PT), Michel Temer (MDB) e José Sarney (MDB) - todos ex-presidentes também.
Durante a transmissão da cerimônia foi possível ver imagens de Lula e Temer conversando. A cordialidade não chegou até Dilma, que recentemente disse que Temer, seu ex-aliado, "não engana mais ninguém". Já Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, cumprimentou a ex-presidente e trocou algumas palavras.
"O ministro Alexandre me convidou pessoalmente, por telefone e estarei presente. Acho que vivemos um momento muito singular do Brasil. Saiu do regime autoritário de 1964 e promulgou sua Constituição Cidadã. Viveu de lá para cá embates duros, eleitorais, alguns ganhavam, perdiam, mas, nunca se colocou em dúvida a democracia e o direito a voto. Nunca se questionou o sistema eleitoral brasileiro", disse.
Da Bahia, ainda estavam presentes a chefe do Ministério Público Estadual, Norma Angélica, o presidente do Tribunal Regional Eleitora, desembargador Roberto Maynard Frank, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Alberto Balazeiro, e o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, João Paulo Schoucair.