O ataque a tiros que deixou quatro mortos e nove feridos colocou em choque a comunidade do bairro Ouro Branco, em Novo Hamburgo (RS).
"Era uma família bem unida", conta a vizinha Raquel Zimmer. Ela e seus parentes passaram a noite abaixados na sala de casa, após o atirador, o caminhoneiro Edson Crippa, 45, abrir fogo na rua.
Raquel diz que os tiros começaram por volta das 22h, e a suspeita inicial era de um assalto. Quando ela começou a receber mensagens no celular perguntando se a família estava em segurança, percebeu que não era o caso. "Vi que a coisa tinha uma dimensão muito maior. Nós não tínhamos noção do que se tratava", diz.
"Foi tiro a noite inteira, muito, muito tiro. Pareciam cem tiros por vez", lembra Raquel. A fachada de sua casa foi bastante atingida pelos disparos. Segundo a polícia, cerca de 300 tiros foram disparados.
Os tiros quebraram vidros da sacada e encheram os cômodos da frente de casa com estilhaços. "O quarto do meu filho tem muito vidro. Foram balas dentro do guarda-roupa", diz a vizinha.
Raquel diz não entender como a família vizinha, que organizava tantos almoços de domingo, chegou a esse fim. "Faziam comemorações juntos, eram muito tranquilos. Era uma família extremamente discreta, extremamente caprichosa também", conta.
Segundo ela, os vizinhos também não imaginavam que a casa da família Crippa abrigaria tantas armas. O atirador tinha duas pistolas, um rifle e uma espingarda.
O QUADRO DE SAÚDE DOS FERIDOS:
Rodrigo Weber Volz, 31, policial militar: em estado grave, passa por cirurgia.
João Paulo Farias, 26, policial militar: em estado grave após um tiro na cabeça, passa por cirurgia.
Cleris Crippa, 69 anos, mãe do atirador: em estado grave, passa por cirurgia.
Priscilla Martins, 41, cunhada do atirador: Passou por operação e será encaminhada à UTI.
Volmir de Souza, 54, Guarda Municipal: Em estado grave após ter levado três tiros, mas estável.
Eduardo de Brida Geiger, 32, policial militar: Estável após ser atingido no tornozelo.
Joseane Muller, 38, policial militar: Estável após ser alvejada no ombro.
Leonardo Valadão Alves, 26, policial militar: Foi liberado após um tiro de raspão no supercílio.
Felipe Costa Santos Rocha, policial militar: Liberado após ser atingido de raspão.