Por Mônica Bergamo | Folhapress
A Secretaria de Polícia do Senado Federal decidiu restringir o acesso de visitantes às dependências da Casa depois dos atos de violência em Brasília, e da prisão de um empresário que queria explodir um caminhão com combustível perto do aeroporto da capital federal.
As medidas foram tomadas também visando aumentar a segurança para a posse de Lula (PT), no dia 1º de janeiro.
De acordo com informações apuradas pela coluna, apenas os 81 senadores, servidores e profissionais terceirizados com crachá de identificação poderão entrar no Senado.
Os gabinetes dos senadores, que podem autorizar a entrada de visitantes, não poderão fazer isso no período. Exceções deverão ser comunicadas com antecedência à segurança, que terá a prerrogativa de permitir ou não a entrada.
Além disso, os servidores deverão passar por um detector de metais antes de ter acesso ao prédio.
Eles hoje são dispensados da vistoria, mas vão ter que se submeter a ela no período de preparativos para a posse.
"É obrigatório que todas as pessoas passem pelos pórticos de raio-X e detectores de metal para adentrar nas dependências do Senado Federal. A medida direciona-se a servidores, funcionários terceirizados e prestadores de serviço. Durante esse período, não será permitida a entrada de visitantes", diz o despacho da segurança, assinado pelo diretor da Secretaria de Polícia, Alessandro Morales.
Entregadores também serão proibidos de acessar as dependências do Senado.
"O acesso a entregadores de alimentos ou motoristas de aplicativo não será concedido", avisa o informe.
"As entregas de alimento e o embarque ou desembarque de passageiros deverão ser procedidos na área externa ao Senado Federal", segue.
As agências bancárias instaladas no Senado também não poderão receber clientes que não sejam servidores da Casa.
"Não será permitida a entrada de correntistas nas agências bancárias da Casa que não integrem o quadro de colaboradores. Apenas senadores, servidores, profissionais terceirizados e estagiários poderão utilizá-las", diz o texto.
A polícia legislativa decidiu, além disso, dobrar o efetivo que permanece na Casa, alterando as folgas dos policiais para que um maior número deles garanta a segurança dos prédios e de seus frequentadores.
Na semana retrasada, bolsonaristas praticaram atos de terrorismo na capital federal. Além de tentar invadir a sede da Polícia Federal, eles apedrejaram e incendiaram carros e tentaram derrubar um ônibus de cima de um viaduto.
No sábado (24), o empresário George Washington Souza, que planejava explodir um caminhão cheio de combustível em via próxima ao aeroporto, foi preso. Ele já afirmou que contou com a ajuda de dois parceiros no planejamento do ato terrorista.