Por Redação Novaes
A Câmara de Vereadores de Itapetinga derrubou, em decisão considerada histórica, o veto do prefeito Eduardo Hagge (MDB) ao projeto “Marmita Solidária”, de autoria do vereador Valquírio Lima, o Valquirão (MDB). A proposta tem como objetivo distribuir refeições a pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.
O prefeito havia vetado a iniciativa alegando “insegurança jurídica”, argumento que não convenceu parte dos vereadores nem a população. O veto ganhou repercussão nas redes sociais, onde rapidamente se transformou em pauta de grande mobilização. Internautas classificaram a medida como insensível diante do cenário de pobreza e insegurança alimentar.
A repercussão atingiu também vereadores que inicialmente acompanharam o posicionamento do prefeito. Nomes como Sibele Nery (PT), Pastor Jean Doriel (PL) e Manu Brandão (MDB) foram criticados por eleitores, especialmente por manterem em seus discursos bandeiras sociais. Outros parlamentares da base, como Tiquinho Nogueira (PSD), Neto Ferraz (PDT) e Anderson da Nova (UB), optaram pelo silêncio após a repercussão negativa.
A pressão digital obrigou aliados do prefeito a recuar. Em grupos de mensagens, tentaram minimizar o episódio afirmando que Eduardo Hagge “não se voltaria contra os pobres”. Ainda assim, a mobilização social se manteve e reforçou a cobrança pela derrubada do veto.
Na votação, vereadores de diferentes partidos se uniram para garantir a aprovação definitiva do projeto. Além do autor, Valquirão, votaram a favor Peto (MDB), Telê (MDB), Sol dos Animais (Solidariedade), Daniel Lacerda (Podemos), Tarugão (MDB), Diga Diga (PSD) e Sidinei do Sindicato (PSD).
A decisão representa um desgaste para a gestão municipal e expõe fissuras dentro da base governista. Para setores da sociedade civil, o episódio reforça que a fome segue sendo um tema central na política local e que iniciativas emergenciais, como a Marmita Solidária, podem ganhar cada vez mais força.
A redação do Conexão Pontual mantém o espaço aberto para as manifestações dos citados.
