Por José Nilton Calazans
A Vara Criminal da Comarca de Ibicaraí designou para o dia 3 de junho de 2025, às 9h, a audiência de instrução e julgamento do empresário Eduardo Júnior Dias dos Santos, acusado de causar a morte de três jovens e ferir uma quarta pessoa ao atropelá-las com seu carro após uma festa em Santa Cruz da Vitória, no sul da Bahia. A sessão ocorrerá presencialmente no Fórum Alves de Macedo.
Eduardo responde por três homicídios qualificados, com dolo eventual, e uma tentativa de homicídio, crimes supostamente cometidos na madrugada de 3 de março de 2024, após o evento “Esquenta Cavalgada”.
Segundo a denúncia do Ministério Público da Bahia, o motorista conduzia um Corolla branco em alta velocidade e sob efeito de álcool, desrespeitando as condições da via, onde transitavam diversos pedestres.
A defesa alega que os fatos configurariam homicídio culposo no trânsito, por acidente, e pediu o reconhecimento da incompetência do Tribunal do Júri.
No entanto, a juíza Bruna Montoro de Souza rejeitou o argumento, sustentando que a eventual desclassificação só pode ser analisada após a fase de instrução. Ela também negou pedido da defesa para excluir provas apresentadas pela autoridade policial.
Serão ouvidas 18 testemunhas, além da vítima sobrevivente. Parte das oitivas ocorrerá por videoconferência, mas com exigência de comparecimento presencial para quem reside em Ibicaraí, Floresta Azul e Santa Cruz da Vitória. O não comparecimento sem justificativa poderá acarretar multa e condução coercitiva.
Eduardo está preso preventivamente desde março, após ter sido capturado durante a 15ª fase da Operação Unum Corpus.
Habeas corpus impetrados por sua defesa foram negados pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que considerou válidos os fundamentos da prisão, especialmente pela gravidade dos fatos e pelo risco à ordem pública e à instrução criminal. Nesta semana, mais um habeas corpus foi negado pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
As vítimas fatais foram identificadas como Diane Novais Santos, Luiz Carlos Barboza Santos e Wesley da Silva Santos, todos na faixa de 19 a 23 anos de idade.
Em 2024, no processo, a jovem sobrevivente relatou ter recebido mensagens do acusado após o crime, o que foi interpretado como tentativa de intimidação. A investigação também apontou no ano passado que o acusado estaria tentando desencorajar a colaboração de testemunhas e desconstituir possíveis provas de que estaria embriagado.
A audiência marcada será decisiva para a continuidade do processo e para o Judiciário decidir sobre o júri popular.
No ano passado, moradores de Santa Cruz da Vitória fizeram uma manifestação em protesto por justiça (imagem abaixo)