Gleisi Hoffmann assina manifesto com críticas a Haddad e Bolsonaro ironiza: "a amante está nervosa"

 Por Edu Mota, de Brasília


Lançado inicialmente por movimentos sociais e entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), um manifesto contra a elaboração, pelo governo federal, de um projeto para promover cortes de gastos na administração pública foi endossado por partidos de esquerda e criou tensão no Palácio do Planalto. O manifesto defende que os indicadores mostram uma economia em plena recuperação, e que os cortes não seriam necessários diante de números como o PIB em alta e a taxa de ocupação batendo recordes seguidos. 

 

Nesta segunda-feira (11), PT, PDT, PSOL e PCdoB chancelaram o manifesto contra o corte de gastos em áreas sociais e ratificaram as críticas dos movimentos contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O manifesto acusa o ministro de ceder à pressão do mercado financeiro e de lobistas, e dizem que ele se rendeu às mesmas pressões na época da aprovação do novo arcabouço fiscal.

 

Falando em nome do PT, partido que preside, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) assinou o manifesto, apesar de o corte de gastos estar sendo debatido pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gleisi vem se colocando como uma das principais críticas, dentro do PT, das ações do ministro Fernando Haddad, e defende a tese de que o mercado financeiro e a imprensa econômica não podem ditar as regras para o país, principalmente se as medidas vierem a prejudicar as classes mais pobres. 

 

Além de assinar manifesto com críticas ao ministro da Fazenda, Gleisi Hoffmann também se envolveu em uma discussão via redes sociais com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A presidente do PT criticou artigo de Bolsonaro publicado na Folha de S.Paulo, e disse que ver o ex-presidente defender a democracia seria parecido com ler uma opinião de um assassino defendendo o direito à vida.

 

"Ele é o chefe de uma extrema direita que prega o ódio e pratica a violência contra qualquer opositor, até mesmo em seu campo. É repugnante essa tentativa de normalizar um extremista", disse a petista.

 

A resposta do ex-presidente Jair Bolsonaro na rede X foi sucinta, mas provocou uma enxurrada de comentários e compartilhamentos: "a amante está nervosa", afirmou.

 

Bolsonaro se referiu à deputada do PT com o apelido que foi imputado a ela na época da operação Lava Jato, quando veio a público uma lista de parlamentares supostamente ajudados pela Construtora Odebrecht, com os seus respectivos apelidos. "Amante" era como a Odebrecht chamava a hoje presidente do PT. 

 

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve atitude mais diplomática em relação ao manifesto que o criticou. Haddad disse que as divergências sobre o pacote de cortes de gastos "são naturais" e "fazem parte do processo democrático".

 

"É natural que haja o debate. Nós estamos muito seguros do que estamos fazendo. Controlar a inflação é parte do nosso trabalho. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho. É um equilíbrio. É um equilíbrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros. Manter a sustentabilidade da economia brasileira", finalizou o ministro.



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