A Polícia Federal realizou uma operação na manhã desta sexta-feira (20) e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. A operação desta sexta-feira investiga o uso irregular de um sistema secreto de monitoramento de geolocalização de celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
O caso teria ocorrido durante o governo do ex-presidente, entre 2019 e 2022. Dos mandados de busca e apreensão, dois aconteceram no estado de São Paulo, três em Santa Catarina, dois no Paraná; 17 no Distrito Federal e um em Goiás.
Dois servidores suspeitos de coerção foram presos. Segundo publicação da Folha de São Paulo, foram detidos Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.
Após a operação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o afastamento de Paulo Maurício Fortunato Pinto, o atual número 3 da direção da agência e de outros quatro servidores.
A PF teria apurado que o software teria sido utilizado contra jornalistas, políticos e adversários de Bolsonaro. Os alvos da operação ainda não se pronunciaram sobre o caso.
A Abin disse em nota que os servidores que estão no alvo da operação foram afastados de forma cautelar e que o sistema secreto de monitoramento deixou de ser utilizado desde maio de 2021.
A PF disse que a suspeita é que esses servidores da agência teriam usado o software de geolocalização para invadir "reiteradas vezes" a rede de telefonia e acessar os dados de localização dos alvos.
Paulo Maurício Fortunato Pinto trabalhou durante o governo Bolsonaro como diretor de Operações de Inteligência da agência. O setor era responsável por adquirir e manusear o software de monitoramento dos celulares.
Fortunato foi nomeado como secretário de Planejamento e Gestão, o terceiro cargo mais alto da Abin. A nomeação foi feita pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, quando ainda não era investigado pelas suspeitas do uso do software.