O governador Tarcísio de Freitas declarou, na tarde desta quarta-feira (19), que o Republicanos, partido ao qual é filiado, não deve integrar a base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tarcísio foi consultado na semana passada pelo presidente da sigla, o deputado federal Marcos Pereira (SP), sobre a possibilidade de que o Republicanos assuma um ministério no governo Lula. As informações são portal Metrópoles.
“O que eu disse ao presidente do meu partido é que ficaria muito ruim a gente integrar a base do governo. Não é o caso. É o meu partido e a gente não tem como compor um ministério do governo federal”, afirmou o governador no início da tarde, em evento no Palácio dos Bandeirantes.
A afirmação foi feita um dia após o deputado Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) se reunir com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo no Congresso Nacional. O partido de Tarcísio tem interesse em comandar o Ministério do Esporte ou o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Num primeiro momento, Marcos Pereira havia orientado que qualquer deputado que integrasse o governo deveria se licenciar do partido. No entanto, nos bastidores, as conversas com o governo Lula têm avançado.
“Se tiver alguma questão individualizada, interesses particulares que são legítimos, às vezes tem uma questão de relação de amizade, de mérito, isso não pode impedir a pessoa de assumir um papel de destaque, de liderança. Mas aí é recomendável que a pessoa se licencie do partido. Agora, o partido não vai integrar a base”, disse o governador.
COSTURA DE TARCÍSIO
Internamente, auxiliares do governador afirmaram que o momento escolhido pelo Republicanos para discutir um eventual cargo no governo Lula foi equivocado. Há duas semanas, Tarcísio teve o primeiro desentendimento público com seu padrinho político, Jair Bolsonaro (PL), adversário de Lula nas eleições de 2022.
Embora a paz entre Tarcísio e Bolsonaro tenha sido selada, o governador, ainda segundo interlocutores, está ciente de que têm suas movimentações políticas monitoradas de perto pelo clã e que, a qualquer deslize, pode ser novamente atacado nas redes.
Dentro do Republicanos, aliados mais próximos de Marcos Pereira e da Igreja Universal desfrutaram da fritura do governador paulista junto à base bolsonarista.