por Redação
Uma apuração da agência de checagem Aos Fatos apontou pelo menos cinco declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), na noite desta segunda-feira (22), durante entrevista ao Jornal Nacional.
Sabatinado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos, o atual chefe do Executivo e candidato à reeleição deu informações imprecisas ou equivocadas sobre a corrupção em seu governo, erros de condução no combate à pandemia, o lucro de bancos após a criação do PIX, as ofensas proferidas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e acerca do fornecimento de oxigênio para Manaus em janeiro de 2021.
"Nós estamos num governo sem corrupção", disse o presidente Bolsonaro em certo ponto da sabatina, que teve duração de 40 minutos. No entanto, como mostrou a publicação, integrantes e ex-integrantes do seu governo são alvos de investigações e denúncias de corrupção. Um dos exemplos é o ex-ministro de Educação, Milton Ribeiro, preso preventivamente pela PF em junho de 2022 durante inquérito sobre esquema de liberação de verbas na pasta.
"Eu não errei nada do que eu falei [sobre a pandemia]", declarou falsamente o candidato num segundo momento. Ao contrário do que disse, Bolsonaro fez diversas declarações que se provaram erradas sobre a gravidade da Covid-19 e a eficácia das vacinas. O presidente foi contra o uso de máscaras, o isolamento social e medidas preventivas comprovadas cientificamente.
Uma terceira fala que foi refutada pela checagem foi o de que o PIX "tirou dinheiro dos banqueiros", como disse o entrevistado. Embora tenha sido lançado em 2020, o desenvolvimento da ferramenta foi iniciado em 2016, durante o governo Temer (MDB) e o lucro das instituições bancárias, como indicou o Aos Fatos, não deixou de crescer desde então.
Bolsonaro também negou que tenha ofendido ministros do STF. Mas, como identificou a agência, pelo menos dois magistrados, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, foram xingados pelo liberal. O primeiro foi chamado de "canalha", em setembro de 2021, e o segundo foi intitulado pelo presidente como "filho da p*ta", em agosto do mesmo ano.
A oferta de oxigênio para Manaus, que em 8 de janeiro de 2021 passou por um desabastecimento de cilindros, essenciais para o suporte à vida de pessoas internadas em leitos para o tratamento de Covid-19. Na versão do presidente, em 48 horas o problema foi sanado. A checagem mostrou que isso só aconteceu oito dias depois, em 14 de janeiro, quando os equipamentos passaram a ser distribuídos na capital amazonense.