Ibicaraí: Todos derrotados, armação para tirar Brandão da política coloca uma adversária muito mais eficiente no jogo: Alesandra Brandão

 Por José Nilton Calazans 



A população se prepara para assistir a uma das maiores armações políticas da história do município. A Câmara de Vereadores planeja pôr em votação as contas de 2019 da administração do então prefeito Lula Brandão. A questão é que a expectativa nos bastidores é de que a maioria dos vereadores siga a vontade de políticos que estão hoje no poder municipal e reprovem as contas, mesmo sem haver justificativa técnica para isso. O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que, bem ou mal, tem competência técnica para esse tipo de avaliação, já isentou Brandão da rejeição. Mas não seria surpresa ver um resultado diferente no legislativo ibicaraiense, considerando que a cada dia a atual Câmara enterra a própria credibilidade, por mais que ainda esteja à frente da anterior em qualidade.

Em 2020, às vésperas das eleições, a Câmara anterior seguia a vontade de políticos da administração comandada por Lula Brandão e preparou a revisão das contas do primeiro mandato da então pré-candidata Monalisa Tavares. Assim como hoje, a ideia era tirar da frente uma adversária forte, como registrou na época o Grupo Ibicaraí. 

As contas de Monalisa haviam sido reprovadas no TCM por serem cabeludas. Também foram rejeitadas pela Câmara na época da gestão de Lenido Santana. Monalisa nunca aceitou a dupla reprovação e insistiu em concorrer a todas as eleições seguintes brigando no tapetão do Judiciário. Quando politicos em torno de Brandão convocaram a revisão das contas de Monalisa que poderia tirá-la da disputa de 2020, ela novamente reagiu com uma decisão judicial, barrou a revisão e se candidatou. 

Houve tentativa de armação contra Monalisa em 2020, assim como se trabalha nos bastidores para prejudicar indevidamente Lula Brandão neste 2022. Nos dois casos há o medo do adversário, a vingança política, a ganância pelo poder. 

Esse tipo de joguinho é ruim para os políticos envolvidos, incluindo os vereadores que aceitam baixar a cabeça para fazer as vontades dos que estão no poder executivo. E é obviamente pior para o município e seus moradores, usados nesses esquemas de ganância como troféu de um jogo que só interessa aos políticos de ocasião. Todos perdem. A população perde mais. 

No momento, se Brandão for excluído da política por uma rejeição de contas, ele vira Monalisa 2012 e 2016, que se candidatou escorada em advogados, reclamando na Justiça de ter sofrido uma injustiça. 

Pior será para os políticos da administração atual se Alesandra Brandão for a figura política do grupo de Brandão para as próximas eleições. Alesandra é mais articulada que Brandão, entre outros adjetivos. Vai ser ruim para o grupo que está hoje no poder ver os eleitores comparando o atual trabalho social com o do tempo de Alesandra, por exemplo. 

Quem ouviu a entrevista de Alesandra a Jarles Soares, na Cacau FM, pode perceber que a possibilidade existe e que ela já está no jogo.

Parente na política para compensar a figura principal afastada pela Justiça é muito comum em nossa região, infelizmente. 

Em Floresta Azul aconteceu recentemente, mas mesmo no grupo de Garrafão há quem não tenha um pingo de saudade do tempo dele, porque ela estaria fazendo um trabalho muito melhor. 

Alesandra pode ser a substituta tampão que seria muito mais administradora que o marido? Poderia, mesmo ela não sendo Gicélia, que faz um governo elogiável, sem qualquer tipo de escândalo. Mesmo Alesandra tendo no currículo uma escandalosa investigação de nepotismo cruzado, baseada em fatos que ela nunca se deu ao trabalho de esclarecer para os moradores de Ibicaraí e de Arataca. 

Por isso, seria uma má notícia para os políticos que estão hoje no poder em Ibicaraí ver que o ato de barrar Brandão iria apenas trazer para o jogo uma adversária muito mais forte.


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